CONCLUSÃO

CONCLUSÃO

Segundo a Comissão Europeia do Turismo (2006), as tendências do turismo apontam para uma mudança da estrutura da sociedade. Os grupos sociais estão a evoluir, assim como os seus comportamentos. Observamos um mercado dos mais velhos com menos rendimentos e com menos tempo disponível, devido ao aumento da idade da reforma. Observamos um mercado dos mais novos, com cada vez mais pessoas solteiras até mais tarde, havendo estudos para completar, escolhas de vida que levam ao aumento dos grupos sociais primários de uma só pessoa. Também é de salientar a tendência das pessoas formadas e com família a emigrar e procurar mais conforto de vida, o que contribue para as trocas culturais e incentivam aos fluxos turísticos para sítios mais urbanos dos familiares e amigos.

 Em consequencia, temos a redução do tempo disponível para a prática do  turismo, embora existam pessoas com meios financieiros que o permita. Assistimos à redução do tempo dedicado às férias e ao lazer, privilegiando assim os short breaks, ou estadias curtas geralmente de fim de semana, que se vão concretizar mais frequentemente, e possilvelmente durante a época baixa. Vemos o turismo de massas a crescer com os produtos all-inclusive que supõe o pagamento prévio de absolutamento todos os gastos efetuados no local visitado.

Podiamos listar ainda muitas incidências da sociologia sobre o turismo, mas estas considerações são suficientes para avaliar o quão crucial é o estudo comportamental da população para o criação de produtos turísticos adequados aos nossos desejos e possibilidades.

Também é de salientar, de modo geral, uma evolução social do turista. Já não existe um turista para um tipo de turismo. Todos os turistas podem usufruir de qualquer tipo de produto turístico, dentro das possibilidades orçamentais, mas sabendo que o leque de proposições está disponível para qualquer um. Segundo um artigo estudado na aula de sociologia do turismo existe um turista novo. Viaja com mais frequência, visa novos destinos de preferência longínquos, faz as suas escolhas e compras turísticas através da internet, adota um espirito crítico e aproveita os preços mais vantajosos ao comparar os produtos propostos, é exigente, é curioso, gosta de ter atividades ligadas ao desporto em meios naturais, consome de forma sustentável tanto quanto possível, está pronto para viajar a qualquer momento. Esta flexibilidade e compreensão do mundo em que vivemos trazem a preocupação de ser sustentável em tudo o que fazemos. E o sustentado intervém a todos os níveis, do simples turista às organizações governamentais. O planeamento é essencial, pois o perfil do turista está em constante evolução e necessita uma atenção particular quando se trata de estruturar produtos adequados a várias populações. Consoante as nossas origens, variam as prioridades. O Europeu é completamente diferente do Asiático. O turista chinês é descrito num artigo do Economist (2010), salientando a atração desta população pelas lojas de marcas e por certos sítios emblemáticos para eles. Assim as lojas Vuitton em Paris, ou a varanda de Julieta (Shakespeare) em Verona, são pontos de passagem obrigatórios para os viajantes oriundos da China. Haverá mais exemplos, mas a diversidade de etnias e populações implica uma diversidade de produtos que são ou serão lançados no mercado, com especialistas sempre atentos que irão integrar o parâmetro sustentável cada vez mais, sendo este um argumento com mais peso nas escolhas de qualquer tipo de turista. A meta na área do turismo, e nem só, poderá ser um produto 100% sustentável? Aguardamos com grande esperança.